O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas referiu esta sexta-feira que o Governo acompanha “com muita atenção” a situação das empresas e emigrantes em Angola, face a “vários relatos” de dificuldades devido à quebra da cotação do petróleo.
O PCP questionou hoje o Governo português sobre se está a acompanhar a comunidade portuguesa residente em Angola e se admite criar um fundo de apoio para as empresas em dificuldades devido à falta de acesso a divisas.
Contactado pela Lusa, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, referiu ter conhecimento de “vários relatos” de “empresas com dificuldades em receber” e de “cidadãos nacionais com dificuldades em transferir dinheiro”.
“Não sei até que ponto é generalizado ou se são casos pontuais, mas realmente há relatos e são vários”, afirmou José Cesário, que adiantou que estes têm chegado “de forma particular e através do embaixador” português em Luanda.
Questionado sobre se o Governo admite criar um fundo de apoio para as empresas em dificuldades — o que já aconteceu no passado, de acordo com o relato de um cidadão citado pelo grupo parlamentar comunista -, o responsável afirmou não ter conhecimento nem se recordar de qualquer solução desse tipo.
“Vamos ver que repercussões têm para as nossas empresas, mas naturalmente é uma situação que nós estamos a acompanhar com muita atenção”, disse, a propósito da resposta do Governo angolano e do impacto na economia da quebra na cotação internacional do barril de petróleo, com um orçamento rectificativo em curso e limitações às importações. O secretário de Estado afirmou que, perante as dificuldades, o executivo não pode fazer mais que “diplomacia e tentar que as quantias em dívida vão sendo pagas”.
José Cesário recordou que numa visita recente a Luanda o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, “reafirmou publicamente a vontade de Portugal de cooperar com Angola para o desenvolvimento das economias angolana e portuguesa”.
O governante português assinalou na altura a disponibilidade portuguesa para “ajudar Angola” a ultrapassar as dificuldades da quebra da cotação do barril de petróleo, recordando “a experiência” nacional em austeridade.